Faz tempo Maringá devia a ele o reconhecimento público que no dia 30 recente lhe foi outorgado. Por proposição do presidente Mário Hossokawa, com aprovação unânime do plenário e aval do Poder Executivo, a Câmara Municipal condecorou o jornalista Antônio Roberto de Paula com o dignificante diploma de Cidadão Benemérito. A homenagem coincidiu com o décimo aniversário do Museu Esportivo de Maringá, criado por De Paula e sua queridíssima  esposa, a também jornalista Simone Labegalini. 

     Defini-o como jornalista, porém ele é muito mais: é também memorialista, documentarista, poeta, cronista, publicitário, compositor, editor, mas sobretudo um estimadíssimo amigo – um homem intrinsecamente bom, de quem todo mundo gosta.

     Nestes últimos dias a mídia local divulgou sua bela biografia e exaltou o brilho com que ele tem desempenhado múltiplas funções. Registro mais do que justo, visto que a cidade inteira o acompanha desde quando ele aqui chegou, ainda menino, em 1959, integrando-se com os pais na bonita história do pioneirismo maringaense.

     Sempre tive pelo De Paula uma admiração muito grande. Partilhei com ele numerosos bons momentos, principalmente em atividades de imprensa e na Academia de Letras. Pude conhecer bem seu temperamento impetuoso, sua intensa paixão pelo jornalismo, sobretudo o seu coração extremamente generoso.

     Mas tomei um susto quando um dia ele me convidou para visita-lo em seu novo endereço: um sobrado na Avenida Carlos Borges, onde estava iniciando a montagem de um Museu de Esportes. “Como você vai levar avante um projeto desses? Onde vai arranjar recursos para manter um patrimônio de tal monta?” Ele respondeu: “Não sei. Mas comecei, Simone topou correr comigo todos os riscos, e agora não dá para desistir”.

     Graças a Deus eles não desistiram. Sabe-se lá como, De Paula e Simone estão lá há dez anos juntando e guardando para a posteridade tudo o que de importante se refira a todas as modalidades esportivas. Hoje o MEM é não apenas um Museu de Esportes, mas um museu de tudo, e documenta não somente a memória de Maringá, mas lembranças boas do Brasil e do mundo.

     Que bom que os nossos caros vereadores perceberam a importância desse homem simples porém fundamental. Gente como Antônio Roberto De Paula vai se tornando cada vez mais rara hoje em dia. Se temos em Maringá alguém como ele, é preciso valorizá-lo maximamente, como modelo de idealismo e cidadania.

     Um abração para você, amigão querido.