Zona Livre - Diniz Neto

Fala consciente: o que é política e o que é politicagem
Vereador fala sem rodeios na tribuna sobre política com responsabilidade ou o oportunismo com politicagem

Na sessão de terça-feira os vereadores debateram e votaram, em primeira discussão, as contas da Prefeitura do ano de 2023.
Elas foram encaminhadas pelo Tribunal de Contas à Câmara Municipal na primeira quinzena de janeiro, com parecer pela sua regularidade. O Ministério Público também deu parecer favorável às contas, inclusive com notas para as diversas áreas.
Alguns vereadores tentaram prorrogar a votação por mais quatro sessões, ou seja, mais duas semanas. Mas a maioria não concordou e o projeto das contas foi debatido e colocado em pauta.
Diante de pronunciamentos fundamentados em opiniões pessoais e políticas, o vereador Mario Verri fez um pronunciamento mostrando a responsabilidade da Câmara, avaliando o projeto em si, com foco total e base nos pareceres do Tribunal de Contas e do Ministério Público.
Pela relevância do pronunciamento, transcrevemos aqui:
"É uma irresponsabilidade vir aqui, mais uma vez, e fazer um jogo baseado em mentiras. Estou analisando, vereador Odair, uma lei que chegou com parecer do Ministério Público, com notas que merecem atenção: Educação, 8,5; Políticas Públicas de Saúde, 9; Administração Financeira, 8; Transparência, 9,6; Previdência Social, 8,18; e, a mais baixa, Política Pública de Assistência Social, 6,27 — esta última coordenada pela atual vice-prefeita.
Mesmo assim, o Ministério Público emitiu parecer favorável. Já o Tribunal de Contas também deu parecer pela regularidade das contas. Nosso papel aqui é votar: sim ou não. Se houver algo errado, que se denuncie.
O Ministério Público está aberto a denúncias — e isso vale não apenas para a atual administração, mas também para gestões passadas. Há 20 anos estamos aqui, e em todas as administrações sempre houve ressalvas. E aprovamos, como manda o processo. É assim que funciona: vota-se contra ou a favor.
Mas quando alguém utiliza o parecer do Tribunal de Contas ou do Ministério Público para dizer que 'não fizeram tal coisa perto de casa', que 'tiraram o telefone público', ou que 'o centro esportivo está em más condições', isso não tem relação direta com as contas públicas em análise.
Essas questões devem ser cobradas diariamente pelo vereador — e, mais do que isso, se há algo errado, que se denuncie ao Ministério Público. Já fizemos isso antes, e funcionou. Agora, transformar isso em disputa política é um equívoco enorme. Se um gestor foi mal, que perca a próxima eleição.
O Tribunal de Contas já se manifestou. E, vereador Ângelo, Vossa Excelência foi muito feliz ao dizer: “Vamos tirar por quatro sessões para quê? Para termos mais tempo e, ao final, admitirmos que não fomos capazes de avaliar o que o Tribunal já atestou como certo?”
Portanto, temos que votar. Quem acha que está errado, vote contra; quem concorda, vote a favor. Nossa responsabilidade é cobrar, especialmente da atual administração, que já ultrapassou os 100 dias, e a cidade ainda está cheia de mato — mas esse não é o foco neste momento.
Venho aqui, então, pedir o voto favorável. Essa aprovação não muda nossa vida, mas pode trazer prejuízos — inclusive nas certidões futuras do município. Essas contas, se rejeitadas, podem comprometer o futuro da nossa cidade.
Vamos cuidar de Maringá, fazer o que é certo, e trabalhar por uma cidade melhor — porque, convenhamos, ela ainda não está como deveria."
As contas
Para desaprovar as contas são necessários 16 votos. As contas foram aprovadas em primeira discussão e volta à pauta, para segunda votação, na sessão desta quinta-feira, 24 de abril.