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Maringá,02/10/2024

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    Único debate do primeiro turno: oscilações entre o morno, a alta temperatura e o propositivo

    Redação Hoje Maringá
    Único debate do primeiro turno: oscilações entre o morno, a alta temperatura e o propositivo Foto: Divulgação\Joel Júnior Cavalcante

    A cinco dias da eleição da eleição municipal de 2024, ocorreu o primeiro e único debate do primeiro turno dos candidatos à eleição para prefeitura de Maringá, nesta segunda, dia 30 de setembro, no Teatro Marista às 20:40. Organizado pela Arquidiocese de Maringá e transmitido pela TV Evangelizar, o debate foi conduzido pelo jornalista Everton Barbosa, que ressaltou o dia histórico para a política maringaense. Fechado ao público, restrito apenas às assessorias dos candidatos e imprensa local, o evento contou com 6 blocos intercalados entre perguntas livres e diretas com temas específicos entre os candidatos, bem como um bloco dedicado a questões elaboradas pela organização. O encontro teve a participação dos quatro dos cinco candidatos que pleiteiam a vaga do executivo municipal: Edson Scabora (PSD), Evandro Oliveira (PSDB), Humberto Henrique (PT) e Pastor José (Mobiliza). Ausência notável e muito criticada pelos adversários foi a do candidato, ex-prefeito, Silvio Barros (PP).

    O arcebispo de Maringá, Dom Severino Clasen abriu os trabalhos dando boas vindas aos presentes entoando um versículo bíblico de Romanos (5:5) com uma mensagem de conciliação e otimismo: "A esperança não decepciona". Na fala, o bispo ainda encetou o compromisso da doutrina social da igreja católica, sinalizando a missão cidadã na construção da cidadania e do bem comum através do exercício político. Em alerta velado à polarização política do país, que conta nessas eleições municipais de 2024 com debates agressivos com direito a cadeiradas e agressões, Dom Severino clamou por um debate ordeiro e com a capacidade da escuta, conclamando um debate produtivo que fizesse jus à vocação pacífica da cidade. 

    Considerado por muitos jornalistas e analistas políticos como um debate morno e sem grandes emoções, o debate teve alguns momentos de alta voltagem com troca de farpas entre os candidatos. Ausente e mais criticado, o candidato Sílvio Barros (PP), foi chamado de "fujão" pelo candidato Evandro Oliveira (PSDB), e repetidamente com a alcunha de "candidato que não veio e tenta esconder o sobrenome" pelo candidato Edson Scabora. O candidato do Partido dos Trabalhadores, ex-vereador Humberto Henrique, afirmou que Barros desrespeita a igreja católica e os eleitores quando não comparece ao debate.

    Com a ausência de Barros, o embate mais notável e direto foi protagonizado pelos candidatos Edson Scabora e Evandro Oliveira. Já na primeira pergunta o empresário e candidato do PSDB questionou se a campanha do adversário trata-se apenas de uma continuidade da gestão de 8 anos, ao que o vice-prefeito rebateu dizendo que sentia muito orgulho de dar continuidade ao trabalho que alçou Maringá à melhor cidade do Brasil para se viver. Em outro momento de confronto mais aberto entre os candidatos, Evandro afirmou que essa foi a pior gestão para os empresários da cidade. Na réplica, Scabora perguntou se Oliveira quer ser prefeito apenas para beneficiar suas empresas, visto que recebeu notificação de Termo de Ajuste de Conduta acerca de irregularidades na construção de um de seus negócios e em 5 anos não sanou o problema. 

    O candidato petista trouxe à pauta a necessidade de construção de novas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) na cidade, dada a demanda reprimida, a sobrecarga e superlotação das duas unidades existentes. Enfatizou ainda sua articulação e alinhamento com o governo federal, seu estudo prévio dos critérios técnicos junto ao Ministério da Saúde para viabilizar mais unidades de saúde para a cidade. Scabora também afirmou compromisso em transformar a UPA Zona Norte que tem Porte 2 em Porte 3, ampliando a rede de atendimentos para dar conta da demanda crescente no município. Scabora prometeu ainda a construção de mais uma unidade de pronto atendimento e de uma segunda unidade assim que a cidade alcançar a população de 500 mil habitantes. Scabora e Humberto Henrique falaram ainda da educação em tempo integral, da articulação da educação com lazer e cultura. Sabora prometeu ainda a escola básica trilíngue, uma das grandes bandeiras de sua campanha.

    Humberto Henrique, que no horário eleitoral estava fazendo críticas diagonais e muito discretas aos adversários, elevou o tom e fez críticas mais ferrenhas, dedicadas especialmente à ausência de Silvio Barros II. Lembrou ainda vitória que teve como vereador com o impedimento da incineração dos resíduos sólidos em 2012, momento em que a sociedade civil, incluindo a igreja católica, uniram-se contra a medida de grande impacto ambiental.

    O candidato Evandro Oliveira entoou em vários momentos da sua fala a necessidade de desburocratizar a gestão pública municipal, agilizando a abertura de novos alvarás, e a necessidade de um poder público que confira maior apoio aos empresários locais. Crítico à gestão atual, Oliveira questionou o motivo da "privatização das escolas públicas municipais". Na réplica, Scabora alegou que em 2017, quando assumiu a vice -prefeitura havia 5 mil crianças esperando por vagas e que a compra de vagas na rede privada foi uma solução providencial, ainda que transitória, para garantir o direito constitucional à gratuidade da oferta educacional. Segundo o candidato, trata-se de um modelo que foi copiado e replicado por outras gestões do país.

    Outras pautas como o contorno sul, as medidas para lidar com o complexo problema do aumento das pessoas em situação de rua, a destinação dos resíduos sólidos, problemas com a queda das árvores, a melhoria dos transportes públicos, a repactuação do contrato da empresa que tem a concessão pública do transporte e busca pela tarifa zero, geração de empregos, aluguel social trouxeram uma característica mais produtiva ao debate.

    O Pastor José, assim como em outras entrevistas, não mostrou a que veio, com pautas genéricas e usando frases de efeito, figurou como personagem secundário no debate. Citou no início de sua fala o exemplo da candidatura de Pablo Marçal na cidade de São Paulo, comparando o tamanho do seu partido e estrutura, insinuando a possibilidade de crescimento. O candidato do Mobiliza antagonizou e colocou como alvo o candidato Edson Scabora, que retrucou questionando como o pastor tinha condições de mover reiteradas impetrações de recursos judiciais mesmo tendo declarado apenas 2 mil reais de renda pessoal ao Tribunal Superior Eleitoral. Na réplica, o Pastor respondeu que possui muitos amigos empresários e uma família rica na cidade.

    Nas considerações finais do último bloco, Pastor José evocou a Deus para capacitá-lo e para tocar o coração do eleitor. Evandro Oliveira agradeceu à organização do evento e fez um aceno aos servidores municipais, prometendo valorização e respeito à categoria. Humberto Henrique fez homenagens e menções à família e à sua vice candidata, a advogada Palomara Silva. Exaltou ainda o seu legado e experiência como vereador e empresário contábil. Por fim, Edson Scabora, fazendo um diálogo direto com o eleitor, refletiu que em 6 de outubro Maringá decidirá se avança ou retrocede. "Não queremos candidatos que fogem do debate e tenham ficha suja sejam eleitos. Maringá não volta, Maringá avança, meu nome é Edson Scabora e não escondo meu sobrenome". Conclui.

    Apesar do debate ter oscilado entre momentos de maior troca de críticas entre os candidatos, nenhum pedido de resposta foi solicitado. Pautas propositivas foram evocadas, embora o alcance da realização de apenas um debate não permitiu que os candidatos explanassem com profundidade seus projetos para o município. Mesmo com essas nuances e ambivalências, a iniciativa da arquidiocese foi louvável em promover o único encontro do primeiro turno e o escrutínio de ideias entre os candidatos. Ganha o eleitor. 





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