Primeiro-ministro do Japão reeleito à frente de um governo minoritário
Ishiba comandará agora um governo minoritário, após os resultados das eleições, que enfraqueceram sua base de apoio.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, foi reeleito nesta segunda-feira (11) pelo Parlamento, apesar de seu partido, o Partido Liberal Democrático (PLD), ter sofrido a pior derrota eleitoral em mais de uma década nas eleições parlamentares de outubro. Ishiba comandará agora um governo minoritário, após os resultados das eleições, que enfraqueceram sua base de apoio.
A votação foi apertada: Ishiba recebeu 221 votos na Câmara Baixa, enquanto seu rival Yoshihiko Noda, líder do Partido Democrático Constitucional (PDC), obteve 160 votos. Como não houve maioria absoluta no primeiro turno, foi necessário um segundo round de votação, algo que não acontecia desde 1994.
Ishiba assumiu o cargo de primeiro-ministro no início de outubro, após ser eleito líder do PLD. Com a convocação de eleições antecipadas, ele esperava consolidar seu mandato, mas os eleitores puniram o PLD pelo escândalo de financiamento e pela alta inflação no país. Isso resultou em uma "situação política de impasse", com o PLD e seu aliado Komeito perdendo a maioria absoluta, mas mantendo-se como o maior bloco na Câmara Baixa. Os partidos da oposição, embora divididos internamente, terão papel crucial na aprovação de leis no Parlamento.
Para continuar no poder, Ishiba precisará garantir o apoio dos partidos de oposição, como o Partido Democrático Popular (PDP), que já aceitou negociar, mas exige cortes fiscais e subsídios energéticos que poderiam reduzir consideravelmente a receita do governo. Além disso, o PLD e Ishiba enfrentam um descontentamento crescente dentro de suas fileiras, após perderem várias cadeiras nas eleições de outubro, incluindo as ocupadas por ministros.
Com um índice de popularidade abaixo de 30%, Ishiba ainda conta com o apoio da maioria da opinião pública, que considera que ele deve seguir no cargo. No entanto, o governo precisará fazer concessões e buscar novas alianças para garantir a estabilidade política no Japão.