O Museu da História do Gulag de Moscou, que dedica sua coleção às vítimas da repressão soviética, foi fechado nesta quinta-feira (14) por supostas violações das normas de segurança contra incêndio. No entanto, o fechamento ocorre em um contexto de crescente repressão do governo russo contra a sociedade civil independente e aqueles que questionam a interpretação oficial da história, especialmente sobre o período do gulag.

Fundado em 2001, o museu, que já recebeu 46 mil visitantes apenas nos primeiros nove meses de 2024, exibe documentos oficiais, fotografias e artefatos de vítimas do gulag, uma rede de campos de trabalho forçado estabelecida durante a União Soviética. Muitos dos enviados para esses campos morreram, vítimas da repressão política em larga escala.

Embora a justificativa oficial seja a segurança contra incêndios, o fechamento coincide com uma intensificação das campanhas do Kremlin contra vozes dissidentes. O Museu da História do Gulag foi reconhecido por seu trabalho em preservar a memória histórica e foi agraciado com o Prêmio de Museu do Conselho da Europa em 2021, por seu esforço em expor a repressão política e violação dos direitos humanos. O museu, no entanto, removeu seu conteúdo online, substituindo-o por um aviso sobre o fechamento "temporário".