Ao completar 50 anos, Itaipu desmente “fake news” da obra
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, um dos maiores empreendimentos do setor energético mundial, completou décadas de operação desmentindo mitos e desafiando previsões catastróficas feitas no período de sua construção. Com o passar dos anos, informações equivocadas foram substituídas por dados concretos, mostrando a relevância e a sustentabilidade do projeto binacional.
Mito do assoreamento
Nos anos 1980, circulou a ideia de que o reservatório de Itaipu ficaria completamente assoreado em 35 anos. Na prática, estudos geológicos apontam que sua vida útil é de, no mínimo, 200 anos. Até hoje, o lago perdeu apenas 1% do volume total desde sua formação em 1979, sem comprometer a produção de energia elétrica. A cada período, estudos hidrossedimentários são realizados para garantir a eficiência do reservatório.
Ciclagens de frequência elétrica: uma decisão diplomática
Outro mito comum foi o de que o Brasil teria cedido a pressões do Paraguai para alterar o projeto da usina, permitindo a operação em duas frequências: 60 Hz, usada no Brasil, e 50 Hz, padrão do Paraguai. Na realidade, a operação em ambas as ciclagens já fazia parte das negociações bilaterais, considerando a soberania paraguaia e a necessidade de igualdade de direitos e obrigações entre os dois países. Essa parceria foi um marco diplomático que garantiu a funcionalidade binacional da usina.
"Obra faraônica": crítica de curto prazo desmentida pelo tempo
Na década de 1980, com a crise do petróleo e a estagnação econômica, muitos economistas classificaram Itaipu como uma "obra faraônica", alegando que não haveria demanda para sua energia. Embora o consumo de eletricidade tenha caído a curto prazo, a infraestrutura foi crucial para o futuro.
A partir de 1991, com a ativação da 18ª unidade geradora, Itaipu se tornou indispensável para o Brasil, chegando a suprir mais de 30% da eletricidade consumida no país. A usina também se revelou vital para o Paraguai, responsável por 86,3% de sua energia elétrica em 2022.
Produção recorde e relevância atual
Com sucessivas expansões, como a instalação de duas novas unidades geradoras em 2006 e 2007, Itaipu alcançou a capacidade de 14 mil MW e quebrou recordes, chegando à histórica produção de 103.098 GWh em 2016. Mesmo com variações, em 2022 Itaipu produziu 69,8 milhões de MWh, superando a geração combinada das hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte.