Nesta quinta-feira (21), a Rússia surpreendeu ao utilizar o míssil balístico hipersônico Oreshnik em um ataque contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia. O armamento, anunciado pelo presidente Vladimir Putin como um novo modelo em teste, simboliza a contínua modernização do arsenal militar russo, reforçando as tensões na guerra em curso.

Ataque e consequências

Lançado da região de Astrakhan, no sul da Rússia, o míssil atingiu alvos industriais e infraestrutura crítica em Dnipro, a cerca de 1.000 km de distância. O ataque gerou incêndios e deixou duas pessoas feridas, segundo o governador regional, Serhiy Lysak.

Putin justificou o lançamento como resposta aos ataques ucranianos realizados com mísseis fornecidos pelos EUA e pelo Reino Unido, destacando que o uso desses armamentos por parte da Ucrânia representa, em sua visão, uma entrada formal do Ocidente no conflito.

O novo míssil Oreshnik

Embora ainda sejam limitadas as informações sobre o Oreshnik, especialistas apontam que ele integra a categoria de mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear. Segundo a Força Aérea ucraniana, sua velocidade e altitude indicam capacidades avançadas, possivelmente superiores aos modelos conhecidos do vasto arsenal russo, que já inclui armas de alta precisão e grande alcance.

Escalada nas tensões nucleares

Nesta semana, Putin também assinou um decreto flexibilizando o uso de armas nucleares, aprofundando as preocupações sobre uma potencial escalada internacional. O novo míssil reforça a posição da Rússia como líder em armamentos balísticos, enquanto provoca reações da comunidade internacional.

Reações da Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou Putin como "insano" e condenou o ataque, afirmando que ele reflete um desdém pela vida humana. "Hoje, nosso vizinho revelou sua verdadeira natureza: desprezo pela dignidade, liberdade e pela vida humana", declarou Zelensky, reforçando a determinação da Ucrânia em resistir.

Um arsenal em constante evolução

A Rússia continua a investir na modernização de seu arsenal militar, como apontado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). Com capacidade de alcance intercontinental, muitos desses mísseis, como o Avangard, atingem velocidades de até Mach 20 (24.000 km/h), demonstrando o nível de sofisticação dos armamentos russos.

A revelação do Oreshnik destaca a escalada do conflito e reforça os temores de uma guerra com implicações globais.