Ataques aéreos realizados por Israel na madrugada deste sábado (23) no centro de Beirute, capital do Líbano, deixaram pelo menos 15 mortos e 63 feridos, segundo autoridades libanesas. Os bombardeios, considerados raros nessa região diversificada da cidade, representam uma escalada nos combates entre Israel e o Hezbollah.

Região diversificada sob ataque

O centro de Beirute, onde ocorreu o bombardeio, é conhecido por sua população diversa, composta por cristãos e muçulmanos sunitas, diferentemente dos subúrbios ao sul, como Dahyeh, que são redutos do Hezbollah. Mesmo assim, a área tem sido alvo de ataques israelenses nos últimos dias, sendo este o quarto em menos de uma semana.

Prédio destruído no centro da capital

Um edifício de oito andares foi completamente destruído nos ataques realizados às 4h (horário local). O político do Hezbollah Amin Shiri afirmou que nenhum integrante do grupo estava no local. Além da destruição do prédio, o impacto dos bombardeios danificou estruturas próximas, veículos e complicou o trabalho de resgate. “A área é residencial, com ruas estreitas, tornando a situação desafiadora”, declarou Walid Al-Hashash, da Defesa Civil Libanesa.

Escalada do conflito e número de vítimas

Desde setembro, os combates entre Israel e o Hezbollah têm se intensificado, resultando em mais de 3.500 mortes no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Os conflitos já deslocaram 1,2 milhão de pessoas, cerca de um quarto da população libanesa. Do lado israelense, foram registradas cerca de 90 mortes de soldados e quase 50 civis.

Ataques adicionais no sul e leste do Líbano

Além do ataque no centro de Beirute, bombardeios atingiram outras localidades do Líbano:

Tiro (sul): Um ataque de drone matou dois refugiados palestinos e feriu três pessoas próximas à costa. Os mortos estavam pescando, segundo o porta-voz do partido palestino Fatah, Mohammed Bikai.

Shmustar (leste): Oito pessoas, incluindo quatro crianças, foram mortas.

Roumin (sul) e Budai (nordeste): Cada vila registrou cinco mortes em bombardeios.

Buscas por cessar-fogo

Os ataques ocorrem em meio a esforços diplomáticos para interromper os combates. O enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, está na região tentando mediar um cessar-fogo. Contudo, o avanço das operações militares de Israel e os contínuos ataques do Hezbollah dificultam qualquer acordo.

O conflito segue afetando gravemente civis de ambos os lados, ampliando a crise humanitária na região.