'Autocratas e ditadores fascinavam Trump', diz Merkel em livro de memórias
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Angela Merkel, ex-chanceler da Alemanha, apresenta seu aguardado livro de memórias, intitulado Freiheit (Liberdade), lançado nesta terça-feira (26) em 30 países. A obra, coescrita com sua consultora política Beate Baumann, aborda desde sua juventude na Alemanha Oriental até os 16 anos como líder da República Federal da Alemanha unificada.
Trump e a "sensação ruim" em 2017
Merkel descreve momentos de tensão com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, especialmente em seu primeiro encontro oficial, em 2017, quando ele questionou sua história na Alemanha Oriental e sua relação com Vladimir Putin.
Ela relata que Trump parecia "fascinado por políticos autocráticos" e que as conversas entre eles eram desafiadoras: “Ele falava no nível emocional, eu no factual”. Merkel buscou até conselhos do Papa Francisco sobre como lidar com divergências profundas, recebendo a orientação de "curvar-se sem quebrar".
Rússia e Ucrânia
Merkel defende sua política de manter relações próximas com a Rússia e sua decisão de barrar, em 2008, o ingresso da Ucrânia e da Geórgia na Otan. Ela justificou a decisão como uma tentativa de preservar a estabilidade da Aliança Atlântica, afirmando que muitos países da Europa Oriental desejavam "o desaparecimento" da Rússia, ignorando sua relevância geopolítica e arsenal nuclear.