O que ofensiva rebelde na Síria significa para o Oriente Médio e por que é cedo para declarar derrota de Bashar al-Assad
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A guerra na Síria, que já se estende por mais de uma década, entrou em uma nova fase de intensificação, com grupos rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) lançando uma grande ofensiva contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Desde 27 de novembro, os rebeldes avançaram rapidamente, capturando importantes posições militares e cidades, incluindo Aleppo, uma fortaleza histórica do regime.
Oposição fragmentada e novos líderes
O HTS, que tem suas raízes na al-Qaeda, tenta se distanciar de seu passado jihadista. Sob a liderança de Abu Mohammad al-Jawlani, o grupo reformulou sua abordagem, adotando uma linguagem neutra e apresentando sua ofensiva como um esforço unificado contra o regime. Apesar disso, o HTS ainda é considerado uma organização terrorista por órgãos como a ONU, os EUA e a União Europeia.
Regime e aliados sob pressão
O presidente Assad, que governa desde 2000, enfrenta desafios crescentes. Seus aliados tradicionais, como o Irã e o Hezbollah, estão sobrecarregados por tensões regionais e ações militares israelenses. A Rússia, outro pilar de apoio ao regime, também está limitada devido à guerra na Ucrânia.
Avanços rebeldes e reações
Os rebeldes capturaram equipamentos militares significativos, incluindo helicópteros, e avançam em direção a Hama, aproximando-se de Damasco. O regime, no entanto, ainda detém superioridade aérea, essencial para conter o avanço das forças opositoras.
Impacto humanitário e riscos internacionais
O recrudescimento dos combates já provoca alerta internacional. O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, destacou os riscos para civis e a segurança regional, reiterando que "nenhuma solução militar resolverá o conflito".
Embora seja cedo para prever o desfecho desta nova ofensiva, a instabilidade crescente ressalta o fracasso coletivo em alcançar uma solução política para o conflito, que já deixou mais de 500 mil mortos e milhões de deslocados.