Azeite de oliva pode ficar mais barato no Brasil; entenda
O preço do azeite de oliva pode começar a cair para os brasileiros em 2025, após uma alta significativa nos últimos dois anos, impulsionada pela seca na Europa, que afetou a produção de azeitonas. Essa situação provocou um aumento no preço do produto, atingindo seu pico em junho de 2024. Em alguns supermercados, o azeite chegou a ser protegido com lacres antifurto devido ao preço elevado.
O aumento nos preços foi causado pela redução da produção de azeitonas, especialmente na Espanha e Portugal, que são os maiores fornecedores de azeite para o Brasil. O Brasil, que tem uma produção nacional de azeite muito limitada, depende quase totalmente das importações, com a Espanha respondendo por 44% e Portugal por 14% de todo o azeite consumido no país.
A boa notícia é que a produção de azeite na região do Mediterrâneo deve crescer nesta safra, com a União Europeia prevendo um aumento de 29% na produção de azeite, em comparação com 2023/24. Isso já está impactando os preços na Europa, com uma queda de 20% nas cotações do azeite na Espanha, registrada em novembro de 2024. Essa redução nos preços europeus deve ser repassada para o Brasil, mas o processo pode demorar alguns meses devido ao tempo de logística e estoque de importadores brasileiros, que ainda possuem azeite comprado a preços mais altos.
Leonardo Scandola, diretor comercial da empresa italiana de azeite Filippo Berio na América Latina, acredita que os preços do azeite no Brasil podem começar a cair a partir da Páscoa de 2025, com possíveis reduções superiores a 20% em relação aos preços atuais.
O professor Carlos Eduardo de Freitas Vian, da Esalq-USP, também prevê uma redução gradual dos preços do azeite no Brasil, mas acredita que isso só deve ocorrer de forma mais significativa em meados de 2025, quando o produto mais barato da Europa já tiver chegado aos supermercados brasileiros.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação do azeite já começou a desacelerar, passando de uma alta de 50% em junho para um aumento de 25% em setembro de 2024.