Deise Moura dos Anjos, presa sob suspeita de envenenar um bolo que matou três pessoas de sua família em Torres (RS), realizou pesquisas sobre arsênio na internet antes do ocorrido, conforme confirmou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). O relatório preliminar extraído do celular da suspeita mostrou que ela fez buscas no Google, incluindo o termo "arsênio" e palavras relacionadas, antes de 23 de dezembro de 2024, quando as vítimas faleceram após consumir o bolo envenenado.

O arsênio, um elemento químico presente naturalmente no ambiente ou devido à atividade humana, é usado em pesticidas e pode causar envenenamento, reações alérgicas, câncer e até morte, especialmente quando ingerido em grandes quantidades ao longo do tempo.

O caso ocorreu após Deise, nora de Zeli dos Anjos, preparar e servir o bolo, que continha o veneno fatal. A mulher foi presa temporariamente no domingo, 5 de janeiro, e está sendo investigada por triplo homicídio qualificado, com emprego de veneno, além de tripla tentativa de homicídio. A polícia segue investigando, mas ainda não divulgou o motivo do crime.

Fonte da contaminação

Segundo Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), o veneno foi encontrado na farinha usada para preparar o bolo consumido pelas vítimas. O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou que existem provas robustas que indicam Deise como autora do crime, mas não forneceu mais detalhes, pois isso poderia comprometer a apuração.

A prisão temporária de Deise é válida por 10 dias, período no qual a polícia continuará com a investigação. A defesa de Deise afirmou que, até agora, teve acesso restrito aos detalhes da investigação, e que está prestando atendimento à cliente.