O desaparecimento de Antonio Augusto Streski Manjinski, em outubro de 2022, transformou a vida da mãe do jovem, Isabel Streski. Sem respostas da polícia paraguaia ou do governo brasileiro, ela se mudou para o Paraguai para conduzir suas próprias investigações.

Antonio, natural de Ponta Grossa (PR), desapareceu aos 25 anos na cidade de Mariano Roque Alonso, região metropolitana de Assunção, onde estudava medicina na Universidad María Auxiliadora (Umax). Desde então, nenhuma pista concreta foi encontrada.

Logo após o desaparecimento, Isabel entrou em contato com o Itamaraty, solicitando apoio do governo brasileiro e o envolvimento da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Paraná. No entanto, segundo ela, o auxílio foi limitado e as investigações pouco avançaram.

O Ministério Público do Paraguai divulgou um cartaz pedindo informações sobre o paradeiro do estudante e acionou a Polícia Nacional Paraguaia. No entanto, o caso segue sem avanços significativos.

Determinada a encontrar o filho, Isabel coletou pistas por conta própria. Ela analisou o diário e os dispositivos eletrônicos do jovem, entrevistou conhecidos e fez campanhas na mídia e redes sociais. Além disso, visitou locais perigosos que, segundo ela, nem a própria polícia costuma frequentar.

A experiência adquirida na busca pelo filho levou Isabel a fundar a Associação de Famílias de Desaparecidos no Paraguai, que já ajudou a localizar 83 pessoas desaparecidas.

O trauma afetou profundamente a família. Isabel se mudou com o filho mais novo para o Paraguai e faz tratamento psicológico para lidar com a dor. Ela destaca que a incerteza sobre o destino de Antonio é o que mais a angustia.