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Maringá,10/02/2025

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    Governo cria Observatório para proteger jornalistas da violência

    Violência contra jornalistas agora tem um Observatório instituído pelo Ministério da Justiça

    Agência Brasil / Redação Hoje Maringá
    Governo cria Observatório para proteger jornalistas da violência Samira de Castro presidente da Fenaj | Foto: Lula Marques / Agência Brasil

    O jornalismo brasileiro passa a contar com uma nova ferramenta para monitorar e combater a violência contra profissionais da comunicação. O Observatório da Violência Contra Jornalistas, instituído pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, busca garantir o pleno exercício da profissão, especialmente em cenários de ameaça e intimidação. 

    Além de atuar como um canal de diálogo entre comunicadores e o Estado, o observatório será responsável pela criação de um banco de dados com informações detalhadas sobre agressões, intimidações e demais ataques sofridos por jornalistas. O objetivo é fornecer subsídios para investigações e contribuir para a formulação de políticas públicas específicas voltadas à proteção desses profissionais.

    A estrutura e funcionamento do observatório foram estabelecidos pela Portaria nº 116/2025, publicada no Diário Oficial da União nesta semana. O órgão será vinculado à Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) e contará com a participação de representantes do Ministério da Justiça, além de 15 membros da sociedade civil com experiência na defesa da liberdade de imprensa e no enfrentamento à violência contra comunicadores. 

    Participação da sociedade civil

    A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) esteve entre as entidades que participaram dos debates para a criação do observatório. De acordo com a presidente da entidade, Samira de Castro, a iniciativa atende a uma demanda antiga da categoria, intensificada nos últimos anos.

    “Desde o primeiro momento, o observatório foi uma reivindicação da sociedade civil ligada ao jornalismo. A situação se agravou muito durante o período do governo Bolsonaro, culminando nos ataques contra jornalistas nos atos de 8 de janeiro. Foi nesse contexto que apresentamos a proposta ao então ministro da Justiça, Flávio Dino”, afirmou Samira.

    Ainda segundo a dirigente, a estruturação do observatório começou durante a gestão de Dino à frente do Ministério da Justiça, mas precisou ser reformulada após sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF). As contribuições da sociedade civil incluíram a elaboração do regimento interno e a composição do conselho do órgão.

    Papel do Estado na proteção da imprensa

    Para a Fenaj, a criação do observatório representa um avanço no reconhecimento do direito à informação como um direito humano fundamental. “Essa é a primeira vez que o Estado brasileiro estabelece um mecanismo específico para proteger jornalistas e comunicadores que garantem o direito de acesso à informação às suas comunidades”, explicou Samira.

    A dirigente ressaltou que, embora organizações como Repórteres sem Fronteiras e a própria Fenaj realizem monitoramentos sobre violência contra jornalistas, a ausência do Estado nesse processo sempre foi um obstáculo. “Nossos relatórios são importantes, mas não têm o peso de um órgão oficial. Agora, essa construção junto ao governo representa um grande diferencial”, avaliou.

    Políticas públicas para jornalistas e comunicadores

    Entre as atribuições do observatório, destaca-se a possibilidade de propor políticas públicas específicas para jornalistas, assegurando condições seguras para o exercício da profissão. Segundo Samira, a proteção deve se estender também aos comunicadores populares, que atuam em áreas vulneráveis e, muitas vezes, são alvo de ameaças.

    “Temos repórteres cobrindo pautas locais no interior do país, muitas vezes em condições precárias e sob risco constante. Antes, a proteção era voltada apenas para aqueles que atuavam diretamente com direitos humanos. É fundamental ampliar esse olhar”, argumentou.

    O observatório também acompanhará o impacto da desregulamentação da profissão de jornalista, após o STF ter derrubado a exigência do diploma acadêmico para o exercício da função. Para a Fenaj, essa decisão contribuiu para a banalização do jornalismo e a proliferação de desinformação nas redes sociais. 

    “A decisão foi tomada em um contexto diferente, antes da explosão das plataformas digitais. Hoje, vemos perfis se autointitulando jornalistas, emitindo opiniões sem embasamento e, muitas vezes, incitando intolerância e desinformação”, destacou Samira. A Fenaj pretende levar essa discussão ao STF, buscando uma reavaliação da exigência de formação acadêmica para a profissão.

    Com a implementação do observatório, espera-se que a atuação conjunta entre Estado e sociedade civil fortaleça o combate à violência contra jornalistas e garanta maior segurança para o exercício da profissão no Brasil.





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