A Verdade sobre o "Café Fake"
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Nos últimos dias, um produto chamado "cafake" tem gerado bastante repercussão nas redes sociais. Com uma embalagem semelhante à do café tradicional, o "cafake" é, na verdade, uma mistura de café com impurezas e outros ingredientes de menor qualidade. Seu preço, bem abaixo do café comum, está gerando preocupações entre os consumidores e especialistas.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o "cafake" não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, não deveria ser comercializado. Esse tipo de produto é apenas um exemplo de uma tendência crescente no mercado: a proliferação de itens que imitam produtos tradicionais, mas com substâncias de qualidade inferior. Além do "cafake", o mercado está repleto de outros produtos similares, como o creme culinário e o óleo composto, que também buscam se aproveitar do aumento dos preços dos alimentos.
A principal razão para essa proliferação é a crise econômica e a aceleração da inflação, que tem levado famílias de baixa renda a buscar alternativas mais baratas para produtos essenciais. No caso do café, por exemplo, a alta de 39,6% registrada em 2024, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), torna esses produtos alternativos ainda mais atraentes para os consumidores.
Embora produtos como o "cafake" não sejam regulamentados, itens similares como o creme culinário e o óleo composto são permitidos pela legislação, desde que a embalagem deixe claro que se tratam de versões diferentes dos produtos originais. Porém, em muitos casos, as embalagens e as estratégias de marketing podem induzir o consumidor ao erro.
A nutricionista Mariana Ribeiro, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), alerta para o risco de "ingredientes fantasmas", que, apesar de estarem nas embalagens, não fazem parte da composição real dos alimentos. Ela também destaca que, com o aumento da busca por produtos saudáveis, muitos itens "plant-based", que se apresentam como alternativas mais leves e menos calóricas, são, na verdade, ultraprocessados e distantes do que o consumidor espera.
Em tempos de crise, a busca por alternativas mais baratas está se tornando cada vez mais comum. No entanto, é fundamental que o consumidor se atente às informações dos rótulos e tenha consciência do que está realmente adquirindo para evitar enganos e prejuízos à saúde.