Acidentes com aviões de pequeno porte disparam no Brasil em 2025
Aumento alarmante de acidentes aéreos preocupa autoridades e especialistas
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O número de acidentes com aviões de pequeno porte tem crescido significativamente no Brasil, de acordo com dados recentes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Na última sexta-feira (7), a queda de um avião de pequeno porte em uma avenida de São Paulo deixou dois mortos, elevando o número de vítimas em acidentes do tipo para dez neste ano.
Em 2025, já foram registrados 21 acidentes aéreos, sendo oito em São Paulo e Minas Gerais, com quatro em cada estado. Mato Grosso registrou três acidentes, enquanto Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul contabilizaram dois acidentes cada. Roraima, Pará, Maranhão e Santa Catarina tiveram um acidente cada.
Apesar do Avião ser considerado o segundo meio de transporte mais seguro do mundo, perdendo apenas para o elevador, os números de acidentes aéreos vêm crescendo significativamente nos últimos 10 anos, atingindo o patamar recorde de 152 mortes e 175 acidentes no ano de 2024, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Já em relação ao tipo de transporte aéreo que sofre com os acidentes, os de natureza privada lideram o ranking. Segundo Raul Marinho, atual presidente do Brazilian General Aviation Safety Team (BGAST), isso se deve por 3 fatores:
- estatístico: menos de 5% da frota brasileira são aviões de linhas comerciais, enquanto 95% são de aviação executiva - e, dentro disso, 80% são aviação privada;
- o fato de o segmento de aviação geral operar com estruturas menos favorecidas economicamente em relação à linha aérea, na qual operam grandes companhias;
- fiscalização da aviação privada é menos rígida que a da aviação de carreira e a do táxi aéreo.
Adalberto Febeliano, engenheiro e mestre em transporte aéreo, em entrevista ao Jornal da CBN, incorpora o racício de Marinho ao dizer que o aumento no número de acidentes com aviões de pequeno porte está relacionado ao fluxo de voos comerciais. Apenas 2% dos municípios do Brasil são atendidos pela aviação comercial, deixando os outros 98% dependentes de táxi aéreo ou aviação privada. "O Brasil tem um grande registro de frota aérea, o segundo maior do mundo, com 15 mil aeronaves registradas. Isso pode aumentar os números de acidentes, mesmo que representem muito pouco do total", afirmou Febeliano.
Em 2024, mais da metade dos acidentes ocorreu em voos de aviação privada. Outros sete acidentes envolveram voos agrícolas, e algumas operações, em menor número, eram de instrução, policial ou experimental.
Febeliano explica que não há uma única causa que leva a acidentes, mas a perda de controle em voo é a mais comum.