SISMAR protesta contra fechamento da pediatria no HMM
Servidores de Maringá protestam contra fechamento da pediatria no HMM
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O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, confirmou nesta quarta-feira (12), em entrevista ao programa Pinga Fogo na TV, o fechamento da ala pediátrica do Hospital Municipal de Maringá (HMM). A decisão gerou preocupação entre os servidores da saúde e levantou questionamentos sobre os impactos no atendimento e nas condições de trabalho da categoria.
Desde a noite de terça-feira (11), os profissionais da saúde estão em Mobilização Permanente, após aprovação unânime da proposta da direção sindical durante a Assembleia da Saúde. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (SISMMAR) solicitou reunião com a Secretaria de Saúde e deve se encontrar com a administração municipal nos próximos dias.
O sindicato critica a falta de consulta à categoria sobre a decisão e afirma que os argumentos para o fechamento da ala pediátrica são inconsistentes. Segundo a entidade, apesar da queda na demanda entre dezembro e fevereiro, os atendimentos aumentam a partir de março. Além disso, o HMM atende casos de baixa e média complexidade, enquanto o Hospital da Criança, para onde os atendimentos serão direcionados, foca em alta complexidade e doenças raras, com atendimento regionalizado.
A preocupação principal é que o redirecionamento dos atendimentos dificulte o acesso da população a serviços pediátricos essenciais. O SISMMAR também alerta para possíveis sobrecargas em outras unidades, já que parte dos atendimentos será transferida para o Pronto Atendimento Criança (PAC) da UPA Zona Norte, que pode enfrentar superlotação. Outra possibilidade cogitada é a transferência do PAC para o HMM, que, segundo o sindicato, não possui estrutura adequada para essa função, como sala de emergência.
A proposta de fechamento da ala pediátrica do HMM já havia sido levantada no final de 2024, mas foi suspensa após manifestações da categoria e intermediação do SISMMAR. O sindicato reafirma seu compromisso com a defesa de condições de trabalho adequadas e atendimento de qualidade e convoca os servidores a permanecerem mobilizados.
Ao ser questionada pela equipe do Hoje Maringá, a Prefeitura do Município disse que:
"Além da baixa taxa de ocupação da ala pediátrica do Hospital Municipal, a medida foi necessária para otimização do serviço e para execução da obra de reforma do Pronto Atendimento da Criança (PAC) Zona Norte.
A obra de reforma do PAC foi licitada no ano passado, mas não foi iniciada e está com 90 dias de atraso. Em reunião com o sindicato da categoria, o município informou sobre a necessidade de remanejamento dos atendimentos de urgência e emergência do PAC para o Hospital Municipal.
O Hospital Municipal passará por adequações a partir de março para se tornar referência em urgência e emergência pediátrica no município, até que as obras no PAC sejam concluídas. As internações pediátricas continuarão sendo ofertadas no Hospital da Criança, que foi inaugurado no ano passado. O Hospital da Criança terá 148 leitos de internação e 40 leitos de UTI. O funcionamento foi dividido em fases, em um período de cinco anos, até entrar em operação completa. Já funcionam no local 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios. Dos 61 leitos de internação em funcionamento, em média 20 são ocupados, ou seja, ainda há a possibilidade de ocupação de 40 crianças por dia. Neste mês, serão entregues os primeiros 10 leitos de UTI do Hospital da Criança.
A Prefeitura de Maringá reforça que a demanda pediátrica da cidade será atendida e o Hospital Municipal ampliará o atendimento de outras demandas emergentes, com foco na oferta maior de serviços de saúde à comunidade maringaense. Os servidores municipais serão remanejados para outros setores em que há necessidade de ampliação do atendimento."