Homem condenado a 22 anos por assassinato de garota de programa no Paraná
Crime ocorreu em Ponta Grossa e corpo da vítima nunca foi encontrado
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Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, o Tribunal do Júri condenou Allison Alves, 31 anos, na quinta-feira (15), pelo envolvimento no assassinato de Karla Raphaela Pereira dos Santos. O caso remonta à madrugada de 3 de dezembro de 2020, quando a vítima, uma transexual de 38 anos que trabalhava como garota de programa, desapareceu após uma discussão sobre pagamento com o condenado e um amigo.
Este julgamento foi o segundo a que Allison foi submetido. Em fevereiro de 2024, ele havia sido condenado a 23 anos de prisão, mas a defesa recorreu e obteve a nulidade da condenação, permitindo que ele aguardasse o novo julgamento em liberdade. Agora, Allison foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsa identidade e furto qualificado por concurso de pessoas.
De acordo com a sentença, Allison deverá cumprir 21 anos e sete meses de prisão em regime fechado, além de quatro meses de detenção em regime semiaberto. O advogado de defesa, Mário Elias Soltoski Júnior, anunciou que recorrerá da sentença, mantendo a convicção de que Allison não participou dos fatos.
No julgamento anterior, José Vilmar Paes Júnior, amigo de Allison, foi condenado a seis anos de prisão por homicídio simples.
Corpo Ainda Desaparecido
O corpo de Karla Raphaela Pereira dos Santos nunca foi encontrado. O Ministério Público denunciou os suspeitos por homicídio com base no conjunto de provas coletadas ao longo do inquérito e nas contradições nas versões dos dois acusados. A sentença destacou o impacto do crime de ocultação de cadáver sobre os familiares da vítima, que ainda aguardam a oportunidade de se despedir dignamente de Karla.
Investigação e Prisões
Segundo as investigações, Karla e uma amiga foram convidadas por José Vilmar e Allison para um programa em uma casa na madrugada de 3 de dezembro de 2020. Após uma discussão sobre pagamento, a amiga de Karla deixou o local e não viu mais a vítima. A investigação revelou que, na tarde do mesmo dia, um dos réus usou o celular de Karla para enviar mensagens a esta amiga, tentando afastar suspeitas sobre o desaparecimento.
Allison e José Vilmar foram presos em janeiro de 2021. A defesa continua a lutar para provar a inocência de Allison, enquanto os familiares de Karla aguardam justiça e respostas sobre o paradeiro da vítima.