Alemanha vai às urnas em meio à recessão e avanço da extrema-direita
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A Alemanha realiza neste domingo (23) eleições para escolher o novo Parlamento, que indicará o próximo chanceler do país. As eleições ocorrem em um cenário de crise econômica, com dois anos consecutivos de recessão e uma extrema-direita em ascensão.
Os temas principais do debate eleitoral incluem a guerra da Ucrânia, os altos preços da energia devido à interrupção do fornecimento de gás russo, a imigração e a segurança nacional, especialmente após a declaração dos EUA de que a Europa deve se proteger com seus próprios recursos.
De acordo com as pesquisas, o partido conservador União Democrata Cristã (CDU), liderado por Friedrich Merz, é o favorito para formar uma coalizão majoritária no Bundestag. O atual chanceler, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), enfrenta uma possível derrota. Outros partidos de esquerda, como Die Linke e a mais recente Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), devem crescer, e a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, tem chances de se tornar a segunda maior força política.
A AfD, sob a liderança de Alice Weidel, se destaca por seu discurso contra a imigração e o apoio ao fim da guerra na Ucrânia. Além disso, há um crescimento da AfD devido à crise econômica e ao receio de trabalhadores menos qualificados sobre a competição com imigrantes por empregos.
A guerra da Ucrânia também tem impactado negativamente a economia alemã, com aumento dos preços da energia e perda de competitividade industrial, o que tem favorecido partidos que criticam o apoio à Ucrânia, como a AfD e o BSW.
Outros partidos, como o Partido Verde, que faz parte do governo atual, devem perder apoio, principalmente devido à sua postura em relação à guerra e às políticas energéticas de Scholz.
A eleição será decisiva para o futuro político da Alemanha, refletindo tanto o descontentamento econômico quanto as divisões políticas internas.