A guerra na Ucrânia, que completa três anos nesta segunda-feira (24), vive uma reviravolta estratégica, com a exclusão da Europa das negociações de paz, o isolamento do governo ucraniano e a concessão de demandas à Rússia. Essa mudança está ligada à reestruturação do capitalismo nos EUA, impulsionada pelo governo de Donald Trump.

Novo cenário geopolítico

Segundo o ativista ítalo-brasileiro José Luís Del Roio, Trump busca uma solução para a queda da competitividade dos EUA, especialmente diante da China.

➡️ Europa perde relevância: Desde a 2ª Guerra Mundial, os EUA garantiam a segurança europeia via Otan. Agora, Trump exige que os países europeus arquem com seus próprios custos militares.
➡️ Impacto na Ucrânia: Trump impôs condições severas à Ucrânia, incluindo o controle sobre recursos estratégicos, como terras raras e grafite.
➡️ Força para a Rússia: Com o reconhecimento do controle russo sobre territórios no leste da Ucrânia e a não adesão de Kiev à Otan, Moscou sai fortalecida.

Especialistas veem o fim da ordem mundial de 1945

Para o professor da UFRJ Elídio A. B. Marques, a guerra marcou o colapso da ordem global estabelecida após a 2ª Guerra Mundial.

A doutora em relações internacionais Carolina Pavese alerta que Trump busca impedir que Europa e China acessem recursos estratégicos ucranianos, essencialmente reservando-os para a corrida tecnológica dos EUA.

O que esperar?

Com a Europa enfraquecida, especialistas apontam que um novo sistema global precisa ser construído, envolvendo EUA, Rússia, China e Índia, além da África, devido ao seu crescimento populacional.

Enquanto isso, a Rússia consolida sua influência global, ampliando laços com China e Irã, e se fortalecendo politicamente na Eurásia.