O governo de Israel decidiu suspender a libertação de mais de 600 prisioneiros palestinos, que estava prevista para este sábado (22), como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O acordo também incluiu a liberação de seis reféns israelenses pelo Hamas na sexta-feira (21). A decisão de Israel foi anunciada neste domingo (23), quando o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alegou que as cerimônias realizadas pelo Hamas durante a entrega dos reféns violaram os termos do acordo.

De acordo com o comunicado do governo israelense, as cerimônias realizadas pelo Hamas, incluindo a exibição pública de reféns, foram vistas como humilhações e uma exploração cínica para fins de propaganda. O governo de Israel, por isso, decidiu adiar a libertação dos prisioneiros palestinos até que a libertação dos próximos reféns seja garantida, sem essas cerimônias que considera desrespeitosas.

O Hamas, por sua vez, condenou o adiamento da liberação dos prisioneiros palestinos, chamando a medida de uma violação do acordo de cessar-fogo. Em um comunicado, o grupo palestino descreveu as alegações israelenses de que as cerimônias eram humilhantes como infundadas e tentativas de evitar o cumprimento do acordo. O Hamas argumentou que os protocolos cerimoniais não eram humilhantes, mas sim uma forma de tratamento humano e digno aos prisioneiros. A organização também denunciou a prática de libertar detidos com as mãos amarradas e os olhos vendados, enquanto suas famílias eram ameaçadas.

O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que teve início na Faixa de Gaza, prevê, entre outras coisas, a troca de prisioneiros: reféns israelenses em posse do Hamas devem ser trocados por prisioneiros palestinos mantidos em cárcere por Israel. O Hamas pediu à comunidade internacional para pressionar Israel a cumprir os termos do acordo e libertar os prisioneiros palestinos sem mais atrasos.