Zelenskyy defende participação da Ucrânia e da Europa nas negociações de paz com a Rússia
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Durante o evento que marcou o terceiro ano da invasão russa à Ucrânia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy afirmou que a paz deve ser alcançada com a força e a unidade da Ucrânia e da Europa, e não por concessões de Vladimir Putin. Em uma reunião com lideranças europeias, como o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, Zelenskyy reiterou que a Ucrânia deve estar presente nas negociações para garantir que a segurança e o destino da Europa não sejam decididos sem sua participação.
Zelenskyy também criticou a tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de negociar diretamente com Putin sem a participação da Ucrânia e da Europa. "A guerra continua contra a Ucrânia, e a Ucrânia deve estar na mesa de negociações, junto com a Europa", afirmou o presidente ucraniano.
O presidente ucraniano também voltou a defender a adesão do seu país à OTAN, afirmando que a Ucrânia merece "garantias de segurança" da aliança militar. Em caso de recusa da adesão, Zelenskyy sugeriu a construção de uma "OTAN na Ucrânia", com a produção de defesa e contingentes para garantir a paz.
Reviravolta no cenário internacional
A guerra na Ucrânia, que completou três anos nesta segunda-feira (24), passou por uma reviravolta com a mudança na posição dos Estados Unidos, que agora excluem a Europa das negociações de paz e buscam atender às exigências de Moscou. José Luís Del Roio, especialista em Europa e ex-senador italiano, apontou que essa mudança é parte de uma reestruturação do capitalismo nos EUA, como resposta à perda de competitividade da economia norte-americana, especialmente em relação à China.
Del Roio acredita que a Europa, até então dependente dos EUA para sua segurança por meio da OTAN, agora se vê "órfã", diante do novo posicionamento dos Estados Unidos, que passaram a exigir que a Europa banque sua própria defesa.