A Chapecoense recebeu uma manifestação favorável do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) sobre sua nova proposta para quitar a dívida remanescente no processo de recuperação judicial. A proposta do clube é pagar o saldo devedor em uma parcela única, com um deságio de 70% sobre o valor atual da dívida.

O promotor Fabiano David Baldissarelli, responsável pelo despacho datado de 29 de janeiro, concordou com a ideia, considerando que a proposta não seria impositiva e, portanto, não causaria prejuízos aos credores. De acordo com a proposta, os credores terão a opção de receber 30% do valor devido em uma única parcela, desde que aceitem a redução de 70% sobre o saldo.

Em 2021, a dívida da Chapecoense foi estimada em R$ 224 milhões, mas, com a homologação do processo de recuperação judicial, o valor foi reduzido para R$ 33,6 milhões, após um desconto de 85%. Agora, o clube busca uma nova redução, que, caso aceite por todos os credores, poderia fazer a dívida cair para cerca de R$ 10 milhões.

A proposta de antecipação de pagamento inclui, entre os credores, familiares das 71 vítimas do acidente aéreo de 2016, que também estão contemplados na recuperação judicial, com previsão de pagamento das indenizações em até 13 anos.

O clube, atualmente na Série B do Campeonato Brasileiro, argumenta que um recente contrato para a venda de parte dos direitos comerciais do clube, entre 2025 e 2074, trouxe uma "injeção de capital" que viabiliza a nova proposta de pagamento.

A Chapecoense aguarda agora a decisão da juíza da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de Concórdia (SC), que, segundo os representantes do clube, costuma ser rápida nesses casos.