Ministro Brasileiro denuncia: limitações da onu em meio ao aumento de crises globais
Em encontro do brics, brasil critica protecionismo e clama por comércio justo
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O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, alertou sobre o "alarmante" aumento no número de conflitos armados pelo mundo durante a abertura de um encontro do Brics em Brasília. Vieira também criticou as limitações da Organização das Nações Unidas (ONU) em resolver tais conflitos, ressaltando a crescente evidência dessas falhas.
Limitações da ONU e Crise Internacional
Mauro Vieira destacou que a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial baseou-se em duas grandes promessas: um sistema coletivo de segurança centrado na ONU e uma visão de prosperidade via um sistema multilateral de comércio baseado em regras. Porém, ele apontou que hoje essas promessas estão cada vez mais enfraquecidas. Vieira sublinhou a existência de crises humanitárias, conflitos armados, deslocamentos forçados, insegurança alimentar e instabilidade política, cujas necessidades humanitárias crescentes não estão sendo adequadamente atendidas pelas respostas internacionais.
Essa perspectiva está alinhada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende a ampliação do Conselho de Segurança da ONU para incluir mais países como Brasil, Alemanha, Japão e África do Sul. Lula tem criticado que países com assento permanente no conselho, como Rússia e Estados Unidos, estão diretamente envolvidos em conflitos globais.
Críticas ao Protecionismo e o Papel do Brics
Além dos conflitos armados, Mauro Vieira criticou as políticas protecionistas na área econômica durante seu discurso. Ele afirmou que os países do Brics devem "resistir" a tais medidas. Embora não tenha citado casos específicos, a crítica está implicitamente direcionada às sobretaxas anunciadas pelo recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos de diversos países. Essas políticas têm sido justificadas como necessárias para proteger os setores produtivos locais.
Vieira argumentou que políticas protecionistas e a fragmentação comercial ameaçam aprofundar as desigualdades globais. Ele defendeu que o Brics deve advogar por um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado, resistindo à reconfiguração das cadeias de suprimentos e às barreiras não econômicas.
O encontro do Brics, presidido pelo Brasil em 2025 e formado também por Índia, China, África do Sul, Egito e Irã, reforça o papel crucial desses países na busca por uma ordem internacional mais justa e equilibrada.