Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava o primeiro caso confirmado de covid-19: um homem de 61 anos, que havia viajado para a Itália e foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein. A confirmação foi feita após exames realizados pelo próprio laboratório da instituição, que já estava preparado desde dezembro de 2019, com uma equipe liderada pelo médico João Renato Rebello Pinho e pela bióloga Rúbia Santana.

Naquela época, os hospitais brasileiros já se preparavam para a possibilidade de que o coronavírus chegasse ao país. O caso foi notificado ao Ministério da Saúde no dia 25 de fevereiro, e a confirmação ocorreu em coletiva no dia 26, com a garantia do então ministro Luiz Henrique Mandetta de que a população teria acesso às informações necessárias para tomar as devidas precauções, como cuidados com higiene e etiqueta respiratória.

Primeiros casos e desafios

Antes de o primeiro caso ser confirmado no Brasil, a doença já havia sido identificada na China, com casos registrados ainda em dezembro de 2019. A quarentena em Wuhan foi decretada em janeiro de 2020, mas a informação demorou a chegar ao Brasil, que inicialmente manteve uma postura cética sobre a gravidade da situação.

Com a disseminação do vírus, o Brasil enfrentou um aumento significativo no número de casos e mortes, o que levou a uma série de medidas de distanciamento social a partir de março, seguidas por diferentes estados. Contudo, a crise de gestão e a falta de coordenação entre os governos federal e estaduais acabaram por agravar a situação, culminando em cerca de 700 mil mortes no país até o final de 2022.

A pandemia trouxe à tona uma crise do Estado federativo brasileiro, com dificuldades de articulação e uma gestão considerada ineficiente e desorganizada. A falta de uma resposta coesa e coordenada, além de informações contraditórias, ampliou os desafios enfrentados pela população e pelas autoridades sanitárias.