Neurociência animal: camundongos mostram técnicas de reanimação
Estudo revela comportamentos de primeiros socorros entre camundongos.

Em dois estudos independentes publicados na revista científica Science, pesquisadores revelam que camundongos conseguem identificar quando um parceiro de gaiola está em perigo e realizam manobras de primeiros socorros para tentar socorrê-lo.
Estudos Revelam Atividades Cerebrais Associadas ao Socorro
Os estudos, liderados por Huizhong Tao e Li Zhang, da Universidade do Sul da Califórnia, e Emily Wu e Weizhe Hong, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mostram que áreas específicas do cérebro dos roedores apresentam maior atividade durante comportamentos de reanimação.
Descobertas dos Pesquisadores
Reanimação em Camundongos: Um camundongo socorrista morde a boca e a língua de um parceiro inconsciente, puxando a língua para fora e ampliando as vias aéreas do animal. Este comportamento é interpretado como uma forma de desobstrução das vias orais.
Atividade Cerebral e Ocitocina: Detectores elétricos colocados nos camundongos mostraram maior atividade no núcleo paraventricular hipotalâmico, com a liberação de ocitocina, um hormônio associado à empatia e ao cuidado nos mamíferos.
Papel da Amígdala Medial: No estudo da UCLA, foi descoberto que a amígdala medial regula a resposta de primeiros socorros. Animais sedados com dexmedetomidina receberam maior atenção e grooming na região da cabeça, indicando uma intenção de reanimação.
Implicações dos Estudos
Os cientistas sugerem que esses comportamentos podem revelar mecanismos cerebrais relacionados à empatia em grupos antes desconhecidos, como nos roedores. Além disso, os resultados indicam que fêmeas apresentam níveis mais altos de comportamento empático.
Desafios e Futuras Pesquisas
Tao e colegas planejam examinar se tais comportamentos estão presentes em outras espécies animais e investigar quais regiões do cérebro estão envolvidas na mediação desses comportamentos.
Com informações da FolhaPress