Caso de sarampo em criança gera medo de epidemia; entenda
Vacinação de emergência tenta conter a disseminação!

A Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro confirmou um caso de sarampo em um menino de 6 anos, residente na cidade de Itaboraí. O caso foi identificado em outubro do ano passado, porém, após 120 dias de ações de vigilância e investigação, não foram confirmados outros casos no município, descartando a possibilidade de um surto.
O menino não possuía histórico de viagem nem contato com casos suspeitos, e a fonte da infecção permanece desconhecida. As medidas de controle incluíram o isolamento do paciente, vacinação de emergência de todos os contatos próximos e monitoramento da comunidade para evitar a disseminação da doença.
A criança havia recebido as duas doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. No entanto, de acordo com Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, cerca de 2% dos vacinados podem não desenvolver imunidade, devido a características individuais. "Por isso, a gente precisa de alta cobertura. Quando se tem a cobertura almejada, que é de pelo menos 95% da população, protege-se indiretamente essas pessoas", explicou Flávia.
Fatores como transporte e armazenamento inadequados também podem reduzir a eficácia da vacina. Apesar disso, Flávia ressaltou a eficácia da vacinação: "Não houve transmissão para outras pessoas, não houve nenhum caso secundário identificado, o que é sinal de boa cobertura vacinal."
Mesmo que a vacina não previna a infecção, ela pode impedir a evolução da doença para quadros graves, proporcionando uma resposta imunológica que limita a presença do vírus no organismo, segundo a médica.
A tríplice viral, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicada em duas doses: aos 12 e 15 meses de idade. Crianças mais velhas e adultos que não têm certeza se foram imunizados também devem receber a vacina, contraindicada somente para gestantes.
Situação da vacinação no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal no país ultrapassa a meta de 95% na primeira dose, mas cai para 81,09% na segunda dose.
Notificações de sarampo no Rio de Janeiro
Em 2024, foram notificados 207 casos suspeitos de sarampo no estado: 205 foram descartados, um foi confirmado e um continua em investigação. Em 2025, até o momento, há cinco casos em investigação e oito foram descartados.
O único caso confirmado não ameaça o status do Brasil como país livre de sarampo, reconquistado no ano passado. Entretanto, a Secretaria Estadual de Saúde alertou os municípios fluminenses para estarem atentos a novos casos suspeitos. O sarampo é uma doença de notificação compulsória, o que exige que profissionais de saúde comuniquem imediatamente às autoridades qualquer suspeita de infecção.
A doença, altamente contagiosa, pode ser transmitida por 90% das pessoas próximas não imunizadas. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse, coriza, mal-estar e irritação nos olhos. Em casos graves, pode causar inflamação no cérebro e até a morte.