Teste do pezinho: especialistas alertam para baixa cobertura no Brasil
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O teste do pezinho é fundamental para diagnosticar doenças raras de forma precoce e evitar sequelas graves ou até a morte. No entanto, a cobertura do exame ainda é insuficiente no Brasil, com grandes desigualdades regionais.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2020, mais de 80% dos bebês realizaram o teste, mas apenas 58% fizeram a coleta no período ideal – até o quinto dia de vida. Em estados como Piauí e Pernambuco, esse índice cai para 24%, enquanto no Distrito Federal chega a 97%.
A endocrinologista Tânia Bachega, da USP, explica que a testagem precoce é essencial, pois o exame apenas indica uma suspeita. Se o resultado for positivo, é necessário um teste confirmatório e início imediato do tratamento.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) detecta sete doenças pelo teste do pezinho, como hipotireoidismo congênito e hiperplasia adrenal congênita. Apesar de uma lei de 2021 ampliar a triagem para até 50 doenças, a implementação ainda é gradual.
Especialistas defendem maior fiscalização e reajuste de verbas para garantir a eficácia do programa. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o assunto.