O empresário americano John Textor, proprietário da SAF Botafogo, terá que pagar uma multa de R$ 1 milhão para encerrar o processo movido contra ele pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) devido a ofensas e falta de provas sobre um suposto esquema de manipulação de partidas na primeira divisão do futebol brasileiro. A sanção foi confirmada nesta quinta-feira (27), como parte de um acordo entre a defesa do empresário e a Procuradoria da Justiça Desportiva.

Acordo de Multa e Possíveis Consequências

O processo contra Textor foi iniciado após suas denúncias, feitas em março de 2024, sobre manipulações em jogos do Campeonato Brasileiro de 2023, incluindo partidas do Botafogo, time carioca que ele controla. A alegação de Textor foi baseada em informações de uma empresa de inteligência artificial, mas sem provas substanciais, conforme indicou o STJD.

Em setembro, a Procuradoria da Justiça Desportiva acusou Textor de várias violações do código desportivo. Caso o processo fosse julgado e resultasse em condenação, o empresário poderia enfrentar uma suspensão de até dois anos, além de sanções financeiras. No entanto, o acordo entre as partes determinou que ele pagasse a multa de R$ 1 milhão antes do julgamento em primeira instância.

A Procuradoria aceitou a proposta e estabeleceu um prazo de dez dias para o pagamento, que, segundo o STJD, se torna "a maior multa da história do Tribunal de Futebol" brasileiro.

Impacto das Denúncias e Repercussão

As alegações de Textor não apenas questionaram a integridade das partidas, mas também atingiram a honra de jogadores e dirigentes, incluindo os do Palmeiras (campeão de 2023), São Paulo, Fortaleza, além do árbitro Bráulio da Silva Machado e do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O escândalo surgiu poucos meses após a descoberta de um esquema de manipulação de resultados e apostas no Brasil, que envolveu 29 jogadores denunciados à Justiça Desportiva, com alguns sendo suspensos por até dois anos.