O movimento sindical brasileiro perdeu uma de suas maiores referências. Faleceu neste sábado (1º), aos 67 anos, Luiza Batista Pereira, presidente do Conselho Nacional dos Trabalhadores Domésticos (CNTD) e coordenadora-geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). A sindicalista lutava contra um câncer há anos e deixa um legado marcante na defesa dos direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil e na América Latina.

Luto e homenagens

Em nota conjunta, a Fenatrad e o CNTD lamentaram a morte de Luiza Batista, destacando sua trajetória como símbolo da luta por direitos das trabalhadoras domésticas, mulheres e população negra.

“Ela sempre esteve nas lutas e debates, defendendo com unhas e dentes a categoria. Luiza Batista, hoje e sempre, presente!”, declarou Creuza Oliveira, presidenta de honra da Fenatrad.

O SOS Corpo Instituto Feminista também homenageou Luiza, destacando sua atuação solidária e crítica em prol de um futuro melhor para as trabalhadoras domésticas.

Trajetória de luta

Nascida em 1956, em São Lourenço da Mata (PE), Luiza Batista era filha de trabalhadores rurais. Aos 9 anos, começou a trabalhar como doméstica, recebendo apenas alimentação, roupas e cestas básicas.

Nos anos 1980, envolveu-se na luta por moradia no bairro Passarinho, entre Recife, Olinda e Paulista, onde fundou o Espaço Mulher junto com a líder feminista Edicléa Santos.

Em 2006, retornou aos estudos pelo Projeto Trabalho Doméstico Cidadão e iniciou sua jornada no Sindidomésticas de Pernambuco, onde se tornou presidenta. Em 2011, organizou o 10º Congresso Nacional das Domésticas e, em 2016, foi eleita presidenta da Fenatrad, consolidando-se como uma das maiores lideranças do setor.

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