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Do arquivo ao Oscar: o papel do Museu da Imagem e do Som do Paraná no cinema brasileiro

Trabalho de preservação de memórias e a utilização de acervos históricos

AEN
Do arquivo ao Oscar: o papel do Museu da Imagem e do Som do Paraná no cinema brasileiro Da esquerda para a direita: Irma Alvarez, Jece Valadão, Vanja Orico, Janet Leigh, Anthony Perkins e Karl Malden. Foto: Acervo/MIS-PR Foto: Acervo/MIS-PR

A vitória do filme Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional no Oscar, neste domingo (2), trouxe à tona uma discussão importante sobre a memória visual e fotográfica no cinema. A obra, estrelada por Fernanda Torres e Selton Mello, faz uso de registros familiares e fotografias antigas para compor sua narrativa, evocando a atmosfera do Rio de Janeiro nos anos 1970, durante a ditadura militar. Essa técnica reforça a importância do resgate histórico, uma ideia que também é explorada pelo Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR), que tem desempenhado papel essencial na preservação de acervos e na pesquisa histórica relacionada ao cinema no estado.

O trabalho de preservação de memórias e a utilização de acervos históricos são temas centrais para o cinema e para o entendimento da cultura de uma época. No Paraná, por exemplo, o MIS-PR tem sido um parceiro valioso para cineastas e pesquisadores que buscam reviver momentos do passado. Um exemplo disso é o livro Tribunascope – de calçada da fama à guia da calçada: memória de um festival internacional de Curitiba, dos historiadores Vidal Costa e Christina Pinto. O livro resgata a história do Festival Tribunascope, conhecido como o "Oscar de Curitiba", que aconteceu entre 1960 e 1965, mas caiu no esquecimento ao longo das décadas.

A pesquisa sobre o festival começou em 1992, quando os historiadores ainda eram alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ao longo dos anos, eles enfrentaram dificuldades como a falta de registros organizados, a perda de materiais acadêmicos e até obstáculos com a imprensa. Contudo, o acervo do MIS-PR foi fundamental para dar vida ao trabalho. "Disponibilizamos fotografias do nosso acervo, permitindo que esse resgate fosse feito com a riqueza e a autenticidade que só as imagens da época podem oferecer", explicou Mirele Camargo, diretora do museu.

O filme Ainda Estou Aqui também faz uso de fotografias antigas para recriar não apenas os cenários da época, mas também para contribuir com o desenvolvimento dos personagens. A produção de slides analógicos, realizada pelo laboratório Lab:Lab, de Curitiba, foi fundamental para garantir a autenticidade visual do filme. O laboratório utilizou um processo cuidadoso de criação de slides a partir de fotos digitais, recriando imagens da época de maneira fiel. "Acho que o próprio nome do livro/filme explora a ideia de revisitar a memória para ela não ser esquecida", afirmou Vitor Leite, criador e laboratorista fotográfico do Lab:Lab.

Esse resgate do passado por meio de imagens e vídeos não só revigora a memória histórica, mas também destaca o papel da fotografia analógica como uma ferramenta essencial para recriar o clima de épocas passadas. Em um contexto em que o cinema e a fotografia digital estão em ascensão, o cuidado com a produção de imagens analógicas, como é o caso de Ainda Estou Aqui, revela uma preocupação com a preservação da memória visual e a fidelidade ao retratar o passado.




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