Nísia Trindade se despede do Ministério da Saúde e destaca avanços e desafios do SUS

Nísia foi muito aplaudida e emocionou na despedida, com discurso franco e corajoso

Gov.br / Redação Hoje Maringá
Nísia Trindade se despede do Ministério da Saúde e destaca avanços e desafios do SUS Nísia Trindade não aliviou na despedida e emocionou muita gente | Foto: Reprodução TV Gov BR

Nesta segunda-feira, 10 de março, Nísia Trindade transmitiu oficialmente o cargo de Ministra da Saúde para Alexandre Padilha. Em um discurso marcado por balanço de gestão e defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a ex-ministra destacou os avanços conquistados durante sua passagem pelo Ministério e os desafios que precisam ser enfrentados.

Desigualdade e o Brasil que falta

Nísia iniciou sua fala relembrando um discurso feito na Academia Brasileira de Letras em 2019, quando foi convidada a refletir sobre "O que falta ao Brasil". Segundo ela, mais do que listar carências, é essencial pensar no "Brasil que falta" para a maioria da população, especialmente diante das desigualdades sociais e econômicas.

"Estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas somos um dos países mais desiguais. A desigualdade se concretiza no acesso a serviços, na espera por consultas no SUS e nas condições de alimentação. Pobreza e desigualdade fazem mal à saúde e superar esse quadro requer políticas públicas efetivas", afirmou.

Reconstrução do SUS

A ex-ministra fez um balanço da gestão, destacando os desafios encontrados ao assumir a pasta, como a desestruturação do Ministério da Saúde e a perda de autoridade da instituição após a pandemia de Covid-19. Segundo ela, ao iniciar o trabalho de reconstrução do SUS, a equipe encontrou mais de 4.500 unidades básicas de saúde sem credenciamento, mais de 4 mil obras paralisadas e leitos de UTI não cadastrados.

"O Farmácia Popular estava sob risco de paralisação, a crise sanitária dos Yanomamis exigia ação urgente, e a rede de atenção psicossocial estava desmontada", relatou.

Entre os avanços de sua gestão, Nísia destacou a ampliação do programa Mais Médicos, a distribuição gratuita de medicamentos pelo Farmácia Popular, o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família e a renovação da frota do SAMU. Também ressaltou a recuperação da cobertura vacinal e a saída do Brasil da lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas no mundo, além da recuperação do Certificado de País Livre do Sarampo.

Desafios e continuidade

Em relação ao futuro, a ex-ministra enfatizou que a saúde pública do Brasil ainda enfrenta grandes desafios, como a maior epidemia de dengue da história, que exige soluções inovadoras e integração de políticas ambientais e sanitárias. Ela celebrou a recente assinatura da portaria que estabelece a parceria entre o Governo Federal e o Instituto Butantan para a produção da primeira vacina 100% nacional contra a dengue.

Misoginia e reconhecimento do trabalho

Ao encerrar sua fala, Nísia Trindade fez um desabafo sobre os ataques misóginos que sofreu ao longo de sua gestão. "Durante os 25 meses em que fui ministra, enfrentei uma campanha sistemática de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha integridade. Não aceito e não devemos aceitar esse comportamento político. Precisamos de uma nova política baseada no respeito e no diálogo", declarou.

Por fim, desejou sucesso ao novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e reafirmou seu compromisso com um Brasil mais justo e soberano. "É hora de seguir em frente atuando em outros espaços, mas com o mesmo compromisso: um país mais justo e igualitário para todos", concluiu.

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