Violência contra mulheres atinge níveis recordes no Brasil

Pesquisa expõe prevalência da violência doméstica e intrafamiliar.

Agência Brasil / Redação Hoje Maringá
Violência contra mulheres atinge níveis recordes no Brasil Foto: Banco de imagem

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (10), intitulado "Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil", traz dados alarmantes sobre a violência contra mulheres no país. Realizado pelo Instituto Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a pesquisa entrevistou 2.007 pessoas com mais de 16 anos, em 126 municípios, entre 10 e 14 de fevereiro.

Testemunhas e Impacto Psicológico

De acordo com o levantamento, 91,8% das agressões sofridas por mulheres nos últimos 12 meses foram presenciadas por terceiros, sendo 86,7% destes pertencentes ao círculo social ou familiar da vítima. Contudo, quase metade das mulheres agredidas (47,4%) não procuraram ajuda nem denunciaram os casos.

Os efeitos de presenciar episódios de violência podem ser devastadores, apontam especialistas. Entre os impactos estão distúrbios emocionais e cognitivos, além de comportamentos disfuncionais. O relatório também enfatiza que crianças que testemunham violência doméstica apresentam maior propensão a sofrer ou perpetuar agressões na vida adulta.

Perfil dos Agressores e Local das Agressões

A violência, predominantemente doméstica e intrafamiliar, é atribuída, em 40% dos casos, a cônjuges, companheiros ou namorados. Ex-parceiros foram responsáveis por 26,8% dos atos violentos, enquanto pais e mães representaram 5,2% dos casos. Em 57% dos registros, o local do crime foi a residência da vítima.

Tipos de Violência

As vítimas relataram sofrer, em média, três tipos diferentes de agressões. Ofensas verbais lideram com 31,4% dos casos, seguidas por agressões físicas, como tapas, empurrões e chutes, que atingiram 16,9% — o maior índice já registrado. Além disso, 10% das mulheres sofreram abuso sexual ou foram forçadas a manter relações sem consentimento.

O Que Fazer em Casos de Violência

Para emergências, a recomendação é acionar a Polícia Militar pelo 190. Além disso, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) oferece apoio gratuito e funciona 24 horas por dia, inclusive pelo WhatsApp: (61) 9610-0180.

O relatório destaca também a importância de redes de apoio e instituições especializadas que oferecem acolhimento e suporte às vítimas, reforçando a aplicação da Lei Maria da Penha.




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