Trama digital e golpe milionário em império dos cosméticos
Enredo contra o dono de um império do ramo da beleza atingiu seus filhos, família e empresa

Um império do setor de cosméticos está no centro de uma trama que envolve uma falsa amizade virtual, e-mails manipuladores e um desvio de mais de R$ 120 milhões.
Segundo as investigações, a história gira em torno de Monique Elias, ex-mulher do empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze. A polícia afirma que Monique criou um perfil falso na internet para manipular decisões do empresário e se aproximar de sua fortuna.
A trama começou com e-mails enviados por uma suposta amiga de Itamar, chamada Jéssica Ferrer. Ela se apresentava como uma pessoa doce e atenciosa que queria compartilhar "verdades importantes" com o empresário. Os e-mails, sempre com mensagens de alerta sobre a falta de confiança em seu círculo social, influenciaram Itamar a tomar decisões financeiras e afastaram-no de amigos e familiares.
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que Jéssica Ferrer era, na verdade, uma personagem criada por Monique. A influenciadora, famosa nas redes sociais por ostentar uma vida de luxo, teria desenvolvido um plano meticuloso de manipulação ao longo de dez anos. Com a ajuda de seu filho, João Carlos Tavares da Mata Serpa, e de Matheus Palheiras, com quem esteve casada até recentemente, Monique construiu uma estratégia de isolamento de Itamar, afetando sua integridade emocional e financeira.
Em junho de 2023, Itamar foi hospitalizado e Monique proibiu a visita de quase todos os membros da família. Nesse período, a polícia identificou 21 transferências bancárias no valor de R$ 400 mil, realizadas sem autorização de Itamar. Posteriormente, o empresário faleceu em julho de 2023.
A investigação revelou que, com o auxílio de João e Matheus, Monique desviou R$ 122 milhões do patrimônio de Itamar. As ações envolvem transferências bancárias, compra e venda de imóveis, alteração de apólices de seguros e fraudes no testamento. Monique, João e Matheus foram indiciados por estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa, além de serem investigados por suspeita de lavagem de dinheiro.
Em resposta às acusações, Monique Elias lamentou em nota ser alvo de uma campanha para assassinar sua reputação e afirmou que a Justiça prevalecerá, destacando um suposto preconceito de gênero e etarismo contra ela.
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