A estiagem que atinge o Paraná nos primeiros meses de 2025 já causou prejuízos superiores a R$ 360 milhões na agricultura, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR). Na pecuária, as perdas somam R$ 37 milhões até o momento.

A situação não é inédita: em 2024, a seca já havia provocado R$ 1,5 bilhão em danos na agricultura e R$ 134 milhões na pecuária. Embora a média anual de chuvas tenha ficado próxima da histórica (1.655 milímetros, apenas 50 mm abaixo da média), a distribuição irregular das chuvas agravou os impactos no campo.

Enquanto cidades litorâneas como Guaratuba e Guaraqueçaba registraram cerca de 3.200 milímetros de chuva no ano passado, municípios como Cambará, no Norte do estado, não alcançaram nem 800 milímetros — o menor índice registrado no Paraná. A região Noroeste também foi fortemente afetada, com períodos de até 70 dias sem chuva, segundo o extensionista do IDR, Rodrigo Liu.

“Alguns pontos da cidade ficaram 60, 70 dias sem chuvas. Isso gerou grandes perdas”, explica Liu.

Ações emergenciais no campo

Diante da crise hídrica, produtores têm buscado alternativas para preservar seus rebanhos e lavouras. Em Terra Rica, no Noroeste, o produtor rural Leo Jorge Neto instalou caixas d’água para garantir o abastecimento dos animais confinados. Em 2024, ele amargou um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão.

“Chegamos a ter dias de 42 ºC e 43 ºC de sensação térmica. Como é uma área com pouca sombra, os animais ficam totalmente dependentes da água”, relata o produtor.

Atualmente, 50 municípios paranaenses estão sob decreto de emergência hídrica, que permite adoção de medidas como racionamento, rodízio no abastecimento e renegociação de financiamentos rurais.

A medida, que pode ser decretada por governos estaduais ou municipais, tem como objetivo minimizar os impactos da escassez de água. A Defesa Civil do Paraná acompanha de perto a situação nas propriedades afetadas.

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