Um grande tatame preto foi instalado em frente à mesa do Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná nesta semana, transformando o espaço em palco para apresentações de kung fu, tai chi chuan e boxe. A sessão solene marcou as comemorações pelo Dia Nacional do Kung Fu, celebrado por praticantes da modalidade em 11 de abril.

A iniciativa é do deputado estadual Amaro, autor do projeto de lei 99/2024, que propõe a criação do Dia Estadual do Kung Fu no Paraná. A data escolhida remete à chegada do mestre Chan Kwok Wai ao Brasil, em 11 de abril de 1960, figura central na disseminação da arte marcial chinesa no país. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa e segue em tramitação. “É a segunda vez que celebramos o kung fu aqui no Parlamento, reconhecendo o valor cultural, filosófico e esportivo dessa prática milenar”, afirmou Amaro.

Durante a cerimônia, mestres e professores foram homenageados pelo trabalho de formação e preservação do kung fu no estado. Compuseram a mesa os mestres Lee Chung, Jorge Jefremovas, Bruno Baniski, Valdecir Bento Laurindo, Aparecido Lira e o professor José Tarcísio Vicentin Aguilar.

Com mais de 40 anos de trajetória, Jefremovas destacou o kung fu como uma prática integral. “Ela atende desde crianças até idosos. É uma arte marcial filosófica, voltada não apenas ao combate, mas ao desenvolvimento humano completo”, afirmou. Ele atualmente ministra aulas gratuitas de tai chi chuan na Praça Oswaldo Cruz, em Curitiba.

Aguilar, também professor da técnica, enfatizou os ganhos para a saúde física e mental. “O praticante se aproxima do estado de plena atenção consciente. Há melhora no sistema nervoso, no controle de movimentos e na prevenção de quedas, especialmente entre idosos”, explicou.

A sessão também reconheceu gestores públicos e atletas que impulsionam o kung fu por meio de projetos sociais e políticas públicas. Uma das homenageadas foi Eloise Figueiredo de Freitas, chefe do Núcleo Regional Matriz da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba. Ela coordena o projeto que oferece aulas gratuitas de tai chi na praça. “A arte marcial se torna mais visível e acessível. A população passa, assiste e se interessa em participar”, destacou.

Já a atleta Aline Fabienski, medalhista em campeonatos nacionais de kung fu na categoria espada, foi reconhecida pelo desempenho esportivo e trajetória de superação. Integrante da escola Jing Wu, ela é beneficiada pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte de Curitiba. “O kung fu é uma forma de empoderamento para mim. Tenho mais consciência corporal e defesa pessoal. As competições são um desafio pessoal, para ver até onde posso chegar”, contou. Aline pratica a modalidade há sete anos.